GRAVIDEZ: CHEGADA DO INVERNO AUMENTA RISCO DE PRÉ-ECLÂMPSIA
Pré-Eclâmpsia é uma doença hipertensiva pode colocar em risco a vida da mãe e do bebê, saiba por que a incidência de pré-eclâmpsia aumenta nos dias frios.

O frio característico do inverno pode trazer mais problemas do que gripes e resfriados. No caso das mulheres grávidas é preciso aumentar a atenção com a saúde, pois com a temperatura mais baixa os vasos se contraem para preservar o calor corporal e, por consequência, ocorre aumento da pressão arterial. Para as gestantes, o resultado é o aumento do risco de pré-eclâmpsia, ou DHEG (Doença Hipertensiva Específica da Gravidez), doença que eleva a pressão durante a gravidez e pode trazer danos graves à mãe e ao bebê.
A doença não possui causa específica, mas há diversos fatores que, suspeita-se, podem explicar o seu aparecimento. A hipótese mais discutida pela medicina envolve fatores maternos e placentários. A principal teoria é que uma anomalia no desenvolvimento dos vasos sanguíneos da placenta, logo no início da gestação, provoque diminuição do fluxo sanguíneo placentário. Além disso, a anomalia causaria a liberação de fatores antiangiogênicos (que prejudicam a formação de vasos) e de outras substâncias na circulação materna que acabam levando à hipertensão.
Por se tratar de uma complicação grave, é preciso ter bastante atenção, como explica o ginecologista Mario Macoto, do Hospital e Maternidade Santa Joana. “A gravidade da doença é influenciada por fatores maternos e específicos da gravidez, mas fatores paternos e ambientais também podem estar relacionados”.
A doença ocorre em cerca de 7% das gestações, sendo mais comum em casos de gravidez múltipla, adolescentes e mulheres com mais de 40 anos. A maior parte dos casos de pré-eclâmpsia se manifesta na segunda metade da gestação, a partir da 20ª semana, e é uma ameaça para o feto porque pode diminuir o fluxo de sangue para a placenta, prejudicando o transporte de oxigênio e de nutrientes.
A alteração do fluxo de sangue útero-placentário pode ocasionar restrição do crescimento fetal e alteração da vitalidade, sendo necessário, muitas vezes, antecipar o parto. Há também risco de ocorrer o descolamento prematuro da placenta, que constitui emergência obstétrica com indicação de parto imediato.
Prevenção e atenção
São diversos os fatores de risco que podem contribuir para ocasionar a pré-eclâmpsia, entre eles hipertensão crônica, diabetes mellitus, obesidade, gravidez múltipla, neoplasia trofoblástica gestacional, doenças do colágeno, problemas renais, o fato de ser a primeira gravidez e antecedente pessoal de pré-eclâmpsia em gestação anterior ou familiar (mãe ou irmãs).
Para não correr riscos, toda mulher deve ter consciência de que o momento da gravidez demanda muitos cuidados. É indispensável o acompanhamento regular, como explica o dr. Macoto. “Para evitar o surgimento da doença, o principal é fazer um bom pré-natal, e em presença de ganho de peso súbito ou inchaço — principalmente de mãos e rosto –, procurar imediatamente o seu médico. As futuras mães devem praticar atividade física moderada, como caminhar trinta minutos três vezes por semana, além de beber bastante água diariamente”.
Tais medidas devem ser seguidas durante toda a gestação, e ainda mais rigidamente no frio. Mesmo com todos esses cuidados, os casos mais graves de pré-eclâmpsia exigem internação imediata. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial.
Ao se identificar uma pré-eclâmpsia leve, o tratamento pode ser feito sem internação. ‘’Nesses casos, a indicação é a diminuição do estresse, fracionamento da alimentação com restrição da ingestão de sódio e carboidratos, controle do peso, atividade física moderada, uso eventual de medicação hipotensora e avaliação fetal quinzenal’’, explica o especialista.
Se não tratados, os casos graves podem evoluir para a eclampsia, quadro caracterizado por convulsão e que demanda tratamento e estabilização do estado da mãe, além de avaliação da vitalidade fetal para indicar o parto.
#GRAVIDEZ #gravidezinverno #frio #préeclâmpsia #inverno #riscosgravidez