A importância da densitometria óssea no combate à osteoporose:
Números da IOF – International Osteoporosis Foundation revelam que a doença já atinge uma em cada três mulheres com idade acima de 50 anos.

O que é Osteoporose?
Osteoporose é uma doença metabólica, sistêmica, que acomete todos os ossos. A prevalência da osteoporose, acompanhada da morbidade e mortalidade de suas fraturas, aumenta a cada ano. Estima-se que com o envelhecimento populacional na América Latina, o ano de 2050, quando comparado a 1950, terá um crescimento de 400% no número de fraturas de quadril para homens e mulheres entre 50 e 60 anos, e próximo de 700% nas idades superiores a 65 anos. Estima-se que a proporção da osteoporose para homens e mulheres seja de seis mulheres para um homem a partir dos 50 anos e duas para um acima de 60 anos. Aproximadamente uma em cada três mulheres vai apresentar uma fratura óssea durante a vida.
Como qualquer outro tecido do nosso corpo, o osso é uma estrutura viva que precisa se manter saudável, e isso acontece mediante a remodelação do osso velho em osso novo. A osteoporose ocorre quando o corpo deixa de formar material ósseo novo suficiente, ou quando muito material dos ossos antigos é reabsorvido pelo corpo - em alguns casos, pode ocorrer as duas coisas. Se os ossos não estão se renovando como deveriam, ficam cada vez mais fracos e finos, sujeitos a fraturas.
Um estudo da International Osteoporosis Foundation na América Latina apontou que a incidência da doença no Brasil crescerá cerca de 32% em 35 anos, devido ao aumento da expectativa de vida da população. Dessa maneira, a prevenção feita pelo exame de densitometria óssea é imprescindível para combater esse avanço.
O exame é simples, rápido e o paciente não sente desconforto algum. O aparelho consegue detectar locais de redução da massa óssea com excelente precisão o que contribui com o planejamento do tratamento de cada caso específico.
Estudo aponta que 50% das mulheres têm risco de desenvolver osteoporose
Recentemente, um estudo realizado por uma equipe de médicos da disciplina de Reumatologia da Unifesp/EPM – Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, com suporte de dados da Fundação IDI, desenvolveu o SAPORI (São Paulo Osteoporosis Risk Index). Trata-se de, um software que pode viabilizar o diagnóstico precoce de mulheres com propensão a apresentar problemas relacionados à osteoporose. Como base foram utilizados 8 mil exames de densitometria óssea realizados pela Fundação IDI em hospitais públicos de São Paulo com mulheres da região metropolitana, entre 2004 e 2007.
O software coleta informações como idade, peso, cor da pele, menopausa, fumo, fratura prévia e história familiar de fratura de fêmur. Para cada um desses fatores clínicos de risco é atribuído um peso de relevância, baseado em nossa população de mulheres. A partir desses dados, o sistema calcula um escore final que indica se a pessoa pertence ou não a um grupo de risco e se tem indicação de realizar o exame densitometria óssea.
Do total de exames realizados, constatou-se que 50% deles estavam normais, cerca de 30% já apresentavam osteoporose, enquanto 20% poderiam ter a doença, ao indicar a ocorrência de osteopenia.
Além de representar um grande avanço no combate à osteoporose permitindo o diagnóstico e tratamento precoce, a ferramenta pode gerar uma economia na rede pública de até 50% nos gastos com exames de densitometria óssea, pois contribui com a diminuição do impacto socioeconômico de doenças relacionadas à baixa densidade óssea.
Causas:
Nós temos no corpo células responsáveis pela formação óssea e outras pela reabsorção óssea. O tecido ósseo vai envelhecendo com o passar do tempo, assim como todas as outras células do nosso corpo. O tecido ósseo velho é destruído pelas células chamadas osteoclastos e criados pelas células reconstrutoras, os osteoblastos. Esse processo de destruição das células é chamado de reabsorção óssea, que fica comprometido na osteoporose, pois o corpo passa a absorver mais osso do que produzir ou então não produzir o suficiente. Alguns problemas podem interferir na formação dos ossos:
- Deficiência de cálcio
O cálcio é um mineral essencial à formação normal dos ossos. Durante a juventude, o corpo usa o mineral para produzir o esqueleto. Além disso, o osso é o nosso principal reservatório de cálcio, e é ele quem fornece esse nutriente para outras funções do corpo, como o funcionamento cardíaco. Quando o metabolismo do osso está em equilíbrio, ele retira e repõe o cálcio dos ossos sem comprometer essa estrutura. Esses nutrientes são obtidos por meio da alimentação, por isso, se a ingestão de cálcio não é suficiente, ou então o organismo não está conseguindo absorver esse cálcio ingerido, a produção de ossos e tecidos ósseos pode ser afetada, não havendo nutrientes suficientes para produzir o esqueleto e suprir toda a demanda de cálcio do resto do corpo. Dessa forma, a ingestão insuficiente ou a má absorção desses nutrientes pode ser uma das causas da osteoporose.
- Envelhecimento e menopausa:
Cerda de 80% dos pacientes com osteoporose a tem associada ao envelhecimento ou menopausa. No caso do envelhecimento, é necessário entender que os ossos crescem somente até os 20 anos, e sua densidade aumenta até os 35 anos, começando a perder-se progressivamente a partir disso. Isso quer dizer que até os 35 há um equilíbrio entre processos de reabsorção e criação dos ossos, e a partir dessa idade a perda óssea aumenta gradativamente, como parte do processo natural de envelhecimento. Caso o indivíduo não tenha criado um "estoque" de densidade óssea suficiente para suprir esse aumento gradativo da reabsorção, os ossos vão ficando mais frágeis e quebradiços, podendo levar à osteoporose.
Enquanto a mulher está em período fértil (menstruando) existe a produção acentuada do hormônio estrogênio. Quando abundante no corpo da mulher, o estrogênio retarda a reabsorção do osso, reduzindo a perda, além de ser responsável pela fixação do cálcio nos ossos, contribuindo para o fortalecimento do esqueleto. Em contrapartida, a mulher durante e após a menopausa tem uma produção muito reduzida de estrogênio, uma vez que ele não é mais necessário para o ciclo menstrual. O hipoestrogenismo irá contribuir para a perda de massa óssea mais acelerada, principalmente nos primeiros anos da pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa pode ser um gatilho para a osteoporose.
Em homens, baixos níveis de testosterona (hipogonadismo) também podem favorecer a osteoporose, uma vez que este hormônio entra na formação do tecido ósseo.
-Doenças ou medicamentos:
Outras condições podem levar ao surgimento da osteoporose, sendo responsável por 20% dos casos totais da doença, sendo entretanto muito comuns em pessoas mais jovens e sem outros fatores de risco:
-Síndrome de Cushing
-Hiperparatireoidismo primário ou terciário
-Hipertireoidismo
-Acromegalia
-Mieloma múltiplo
-Doenças renais
-Doenças inflamatórias intestinais
-Doença celíaca
-Pós-gastrectomia
-Homocistinúria
-Hemocromatose
-Doenças reumáticas
-Uso de medicamentos a base de glicocorticóides, hormônios tireoidianos, heparina, warfarina, antiepilépticos (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), lítio, metotrexato e ciclosporina.
Fatores de risco:
Mulheres e homens orientais correm mais risco de sofrer fraturas pela osteoporose, por um problema anatômico no fêmur
História familiar de osteoporose
História prévia de fratura por trauma mínimo
Tabagismo
Baixa atividade física
Baixa ingestão de cálcio
Baixa exposição solar
Alcoolismo
Imobilização
Ausência de períodos menstruais (amenorreia) por longo período
Baixo peso corporal.
Sintomas de Osteoporose:
A osteoporose é uma doença silenciosa, que dificilmente dá qualquer tipo de sintoma e se expressa por fraturas com pouco ou nenhum trauma, mais frequentemente no punho, fêmur, colo de fêmur e coluna. Outros sintomas que podem surgir com o avanço da doença são:
Dor ou sensibilidade óssea
Diminuição de estatura com o passar do tempo
Dor na região lombar devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral
Dor no pescoço devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral
Postura encurvada ou cifótica.
Exames:
O principal exame para rastreamento e diagnóstico da osteoporose é a densitometria óssea, um exame que avalia a densidade dos ossos e músculos do corpo, podendo identificar quando os ossos estão muito finos ou então quando a perda ainda está se iniciando. Além desse, a radiografia também pode ser indicada para a investigação da osteoporose.
Todas as mulheres de 65 anos ou mais e homens com 70 anos ou mais devem fazer a densitometria óssea anualmente, independente dos fatores de risco. Mulheres na pós-menopausa com menos que 65 anos de idade e homens entre 50 e 60 anos com fatores de risco também devem fazer o exame anualmente. Além disso, qualquer com que sofreu fraturas e tem risco associado tem indicação para fazer a densitometria a fim de diagnosticar uma possível osteoporose.
Em pacientes com osteoporose já diagnosticada, também pode ser feita a biópsia óssea, um exame que analisa a constituição do osso, identificando se a osteoporose está acontecendo por um excesso de reabsorção óssea ou pela pouca formação de ossos.
Dicas de Prevenção:
1. Evitar quedas e acidentes domésticos. Pequenos acidentes podem ocasionar fraturas sérias em pessoas que têm tendência ou já estão em processo de osteoporose.
2. Fazer exercícios físicos.
3. Ter uma dieta equilibrada e rica em laticínios, peixe, vegetais verdes, legumes, frutas.
4. Tomar sol pelo menos por 15 minutos todos os dias. O horário recomendado é entre 11h e meiodia.
5. Evitar o tabagismo e o excesso de bebidas alcoólicas.
6. A partir dos 45 anos, é importante medir a massa óssea por meio de exames de densitometria.
7. Na menopausa, converse com o ginecologista ou especialista em osteoporose sobre a necessidade de suplementação hormonal, cálcio e vitamina D.
8. Atenção com medicamentos de uso contínuo. O uso de medicamentos que estimulem o aparecimento de osteoporose, como corticóide, anticoagulantes, antiácidos, anticonvulsivantes, entre outros, podem requerer um tratamento preventivo contra a doença.
Alimentos que auxiliam no combate à osteoporose:
1. Leite: o Ministério da Saúde aconselha que adultos consumam de 1.000mg a 1.200mg de cálcio por dia. Um copo de 250 ml de leite contém 300mg de cálcio.
2. Derivados do leite: o iogurte, por exemplo, possui quase a mesma quantidade de cálcio que o leite e podem vir enriquecidos com vitamina D que previne a perda de cálcio dos ossos. Queijo também é uma boa opção. Alguns são feitos sem lactose, caso a pessoa sofra de intolerância a essa substância.
3. Salmão, atum, truta e sardinha: Esses peixes contêm grandes quantidades de cálcio e vitamina D, cálcio e ômega-3. Uma dieta rica nesses nutrientes e a prática regular de exercícios físicos previnem a perda de massa óssea.
4. Nozes, castanhas, amêndoas, pistache e amendoim: são ricos em ômega-3 e vitamina D. Por isso, pesquisas apontam que esses alimentos podem proteger os ossos.
Perguntas frequentes
- Quem não gosta de leite apresenta maior risco de ter osteoporose?
Não. Uma das dicas de prevenção da doença é preocupar-se com a ingestão mínima de cálcio necessário para manter os ossos saudáveis. São recomendados 1.200 mg por dia. Para quem não gosta de leite, é só recorrer a outros laticínios, como queijo.
- Quem tem osteoporose não pode praticar atividade física?
Pelo contrário. Praticar exercícios físicos é essencial. Nesse caso, os exercícios devem ter impacto mínimo. Caminhada é a atividade mais recomendada.
- Devo me preocupar com a osteoporose somente após a menopausa?
Não. O nível de cálcio no organismo, de fato, é menor após a menopausa, mas a sua incidência não está ligada a essa fase. Sua prevenção deve ser uma preocupação ao longo da vida. Para isso, basta seguir algumas ações cotidianas, como expor-se à luz do sol sem filtro, durante 15 minutos todos os dias. O sol deve incidir sobre a face, tronco superior e braços. Atenção: deve-se evitar o sol após 10 horas da manhã. Vale ainda ingerir vitamina D diariamente. Verduras e laticínios fortificados fornecem este tipo de vitamina.
- A osteoporose é uma doença feminina?
Mulheres têm mais osteoporose que os homens, pois têm os ossos mais finos e mais leves e apresentam perda importante durante a menopausa. No entanto, homens com deficiência alimentar de cálcio e vitaminas estão sujeitos à doença. Inclusive, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) criou o Programa de Osteoporose Masculina (PROMA), desde março de 2004, com o objetivo de quantificar as vítimas da doença para tratá-las e estudar a sua incidência.
- A osteoporose é hereditária?
Não significa dizer que, se o histórico familiar é favorável à osteoporose, todos vão desenvolver a doença. Mas é importante, sim, identificar se os pais são portadores de osteoporose. Em caso positivo, deve-se manter cuidado redobrado na prevenção da doença. Explicação: a vitamina D é mais eficiente na absorção do cálcio em algumas pessoas do que em outras e essa característica é hereditária. Descendentes de pessoas que têm menor capacidade de absorção do cálcio no organismo e que apresentaram osteoporose quando adultas têm maior probabilidade de apresentar a doença. Mas nada que bons hábitos alimentares não possam mudar este quadro.
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